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Trintando feliz. Sem mais. |
Fazer 30 anos é um momento especial
na vida de qualquer pessoa. É um marco em todos os sentidos. Se você é mulher,
está na hora de preparar o corpo para engravidar. Se é homem, precisa estar com
o profissional muito bem encaminhado para sustentar uma família muito em breve.
Estabilidade é o que eles querem. Em todas as esferas: pessoal, profissional,
mental. São tantas exigências, tantas regras, tanta previsibilidade, que fazer
30 anos se tornou um clichê.
Clichê esse que, às vezes, leva
os novos balzaquianos a seguirem rumos que não querem. Quantas vezes eu ouvi
colegas falando “Eu preciso correr e arrumar alguém, pois já estou com 32 anos”,
ou “Vou continuar nesse emprego que eu odeio porque está tarde para mudar tudo”.
Quem foi que se achou no direito
de estipular uma idade certa ou limite para casar? Para ter filhos? Para estar bem-sucedida
na carreira? Foi a mesma pessoa que acreditava que o ideal de felicidade dela
era o ideal de todo o resto do mundo. Mas PASMEM! O meu ideal é bem diferente
do ideal da minha mãe, do meu irmão, da minha vizinha, do meu professor, do
papagaio do meu primo. Porque só quem pode saber qual o SEU ideal de realização
é você mesma. E isso você só vai aprender tentando coisas diferentes.
Ao contrário do que muita gente
pensa, eu acredito que os 30 anos não são o começo do fim. Friends, os tempos
são outros. A expectativa de vida mudou, a tecnologia surgiu, o mundo inteiro
está aí para ser explorado, portanto não nos preocupemos com qualquer outra
coisa que não seja VIVER.
Eu não sei a primeira nem serei a
última a escrever um texto sobre a “virada” que é fazer 30 anos. Mas eu acho
que serei uma das poucas a dizer que essa “virada” é imaginária, figurativa. Os
30 são os mesmos 29 de ontem e os mesmos 36 de daqui a pouco. Quem dita onde
você vai estar é você, as suas escolhas, a sua perseverança, coragem, fé. A sua
trilha vai ser montada com as pedras que você colher no caminho.
Ok, confesso que dei uma mini
surtadinha essa semana porque ia fazer 30, mas atribuo isso à essa pressão
desenfreada que nos esmaga de todos os lados. A família, a sociedade e você
mesmo esperam muita coisa. No meu caso, a maior pressão vinha de mim mesma.
Como boa virginiana que sou, eu
tinha várias metas para os meus 30 anos. Costumava dizer que já estaria
apresentando algum jornal na Globo e num relacionamento lindo e saudável. E as
coisas poderiam ter ido por esse caminho, mas a minha vontade de viver para mim
e não para os outros sempre falou mais alto.
Aos 21, quando me formei na faculdade,
eu já tinha emprego, namorado e muitos planos na cabeça. O problema é que eu
não queria manter nem o namorado, nem o emprego, nem os planos. Foi aí que eu
percebi que eu tinha uma escolha: ou eu agrava os outros ou eu agradava a mim
mesma. Optei pela última opção, e continuo seguindo ela até hoje.
Hoje, quando eu penso nesses
projetos antigos, só consigo rir e agradecer à vida por ter me levado para um caminho
totalmente diferente. Eu sei tão mais coisa hoje do que há 9 anos. Eu conheço
tão mais do mundo, da vida, das pessoas. Eu cresci em nove anos o que pessoas
levam 20 para crescer. E essa foi a melhor escolha que eu poderia ter feito:
crescer.
Aos 30 anos, eu conheço 21
países. Morei em oito. Aprendi quatro línguas. Trabalhei em rádio, TV,
impresso, online, na ONU, em jornal de Londres, escrevi para jornais na Rússia,
para sites de notícia de diferentes países.
Conheci gente de vários lugares
do mundo, experimentei novas comidas, novas bebidas, novas culturas. Aprendi
que na Rússia, não se deve sorrir para estranhos. Que na Europa, assoar o nariz
na mesa é normal. Que nos Estados Unidos, você pode devolver a compra mesmo
depois de usar o produto. Entendi que eu sou um ponto no meio do Universo e que
eu quero conhecer todo esse Universo, se possível.
Eu queria que todo mundo abrisse
os olhos para esse mundo enorme em que vivemos e percebesse que todos nós, não
importante o quão importante nos achemos, somos apenas um pedaço de pele no
meio de outros 8 bilhões de pedaços de pele. Entendesse que a vida é muito
rápida e que não vale a pena tentar agradar aos outros. Acreditasse que mudar
faz bem, correr riscos é necessário e a felicidade é um conceito tão abstrato,
que não deve ser perseguida a qualquer custo.
Os 30 anos estão aí para me
mostrar que eu mesma ainda tenho muito a aprender. E que ainda há tanto pela
frente, tantas línguas para aprender, tantos países para visitar, tantas bocas
para beijar, tantas músicas para ouvir, tantos amores para viver, tantos amigos
para conhecer, tantos voos para pegar, tanto de tanto.
Eu quero empoderar o máximo de
mulheres que eu puder a serem felizes consigo mesmas, se amarem, investirem em
seus sonhos pessoais, conhecerem o mundo. Contem comigo, queridas. Porque isso
é só o começo.
Beijos,
Da Trintona Pri.
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